Qual é a droga Molly?

A droga conhecida como "Molly" tem ganhado notoriedade nas últimas décadas, especialmente em festivais de música eletrônica e entre jovens adultos. Muitas vezes associada a experiências eufóricas e a um senso distorcido de empatia e conexão social, Molly é, na verdade, uma forma de MDMA, uma substância que pode ter efeitos profundos tanto no corpo quanto na mente. Este artigo explora a composição química da Molly e seus efeitos fisiológicos e psicológicos.

Definição e Composição Química da Droga Molly

Molly é uma forma coloquial de se referir ao 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), uma substância psicoativa que pertence à classe das anfetaminas substituídas. Desenvolvida inicialmente nos anos 1910 pela empresa farmacêutica Merck, o MDMA foi redescoberto nas décadas de 1960 e 1970 por psicoterapeutas que exploraram seu potencial para facilitar a terapia por meio de um aumento na empatia e na introspecção. O termo "Molly" geralmente se refere à forma considerada "pura" do MDMA em pó ou cristal, embora a pureza possa variar significativamente, pois as substâncias vendidas nas ruas frequentemente contêm adulterantes.

Quimicamente, o MDMA é classificado como uma feniletilamina e pertence ao grupo das metanfetaminas. Ele possui uma estrutura química que permite a liberação e a inibição da recaptação de neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina. Essa característica é responsável por seus efeitos estimulantes e empáticos. No entanto, a estrutura química do MDMA também facilita a adulteração, com outras substâncias psicoativas, como catinonas sintéticas, frequentemente sendo misturadas ao pó, alterando seus efeitos e riscos.

A popularidade de Molly surge, em parte, de sua reputação como uma droga "limpa" ou "segura". No entanto, essa percepção é amplamente enganosa, pois a falta de regulamentação no mercado ilegal significa que os usuários frequentemente não têm certeza da composição exata do que estão consumindo. Testes independentes de amostras adquiridas como Molly frequentemente revelam a presença de outros compostos, incluindo metanfetamina, efedrina e cafeína, o que pode aumentar os riscos de toxicidade e efeitos colaterais indesejados.

Efeitos Fisiológicos e Psicológicos da Molly

Os efeitos fisiológicos da Molly começam a se manifestar geralmente entre 30 a 45 minutos após a ingestão, com pico ocorrendo em cerca de 2 a 3 horas. Entre os efeitos físicos mais comuns estão o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e da temperatura corporal, além de sudorese e tensão muscular. Em casos extremos, a hipertermia pode se tornar um risco significativo, especialmente em ambientes quentes e lotados, como em festas e shows.

Psicologicamente, Molly é conhecida por induzir sentimentos de euforia, empatia e conexão emocional, efeitos atribuídos ao aumento maciço da liberação de serotonina no cérebro. Usuários muitas vezes relatam uma maior apreciação pela música e pelo contato físico, o que explica sua popularidade em eventos musicais. No entanto, após o uso, muitos experimentam uma "ressaca" emocional, caracterizada por fadiga, depressão e irritabilidade, devido ao esgotamento temporário de serotonina.

O uso prolongado ou em altas doses de Molly pode levar a consequências mais severas, incluindo desenvolvimento de tolerância, dependência e potencial neurotoxicidade. Estudos indicam que o uso repetido pode danificar os neurônios serotoninérgicos, resultando em déficits cognitivos e de memória ao longo do tempo. Além disso, o uso de MDMA está associado a riscos psicológicos, como aumento de ansiedade, paranoia e, em alguns casos, psicose.

Embora Molly seja frequentemente vista como uma droga recreacional relativamente segura, os riscos associados ao seu uso não devem ser subestimados. A falta de controle de qualidade e a presença de adulterantes potencialmente perigosos aumentam significativamente os riscos de efeitos adversos. Além disso, as consequências fisiológicas e psicológicas do uso de MDMA destacam a importância de uma abordagem informada e consciente para qualquer substância psicoativa. A educação e a conscientização são fundamentais para mitigar os riscos associados a essa droga, especialmente entre os jovens que podem subestimar seus perigos.

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